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Podcasts sobre Ariano Suassuna: um casamento proveitoso
31/12/2007

Trabalhar obras de Ariano Suassuna em podcasts é uma boa forma de usar a tecnologia para ensinar vários gêneros orais.

Bianca Bibiano (bianca.bibiano@fvc.org.br). Com reportagem de Anderson Moço, do Rio de Janeiro, RJ

Poeta, dramaturgo e romancista, o paraibano Ariano Suassuna ficou famoso graças í  genialidade presente nas comédias O Auto da Compadecida e O Santo e a Porca. Em 2007, por causa das comemorações de seu aniversário de 80 anos e da exibição na TV de A Pedra do Reino, minissérie fruto da adaptação de um de seus romances, ele ficou em evidência para o grande público. E chamou a atenção dos alunos do 9º ano do Colégio Pedro II, na capital fluminense.

Para trabalhar leitura e interpretação, com foco nas marcas de oralidade, o professor Jorge Luiz Marques de Moraes aproveitou a curiosidade da turma e escolheu esse autor.

O trabalho poderia ter parado por aí­, preso a atividades tradicionais, mas o educador resolveu investir numa proposta mais tecnológica, combinando a vida e a obra de Suassuna com uma ferramenta moderna. "E se estudássemos com podcasts?", desafiou o grupo.

"Pod o quê?", muitos estudantes perguntaram. Uma parte deles até conhecia os tais programas de áudio. Disponibilizados via internet, eles podem ser baixados e ouvidos no computador ou em aparelhos de MP3. Mas ninguém nunca tinha feito um, nem mesmo o professor. "A ideia de usar essa ferramenta para desenvolver a oralidade surgiu durante uma reunião pedagógica. Foram as professoras de Informática Educativa que vieram com a sugestão", conta Moraes. Começava a nascer uma rica parceria. "Percebemos que era uma boa maneira de utilizar os recursos multimí­dia disponí­veis na escola, ainda pouco explorados, para ensinar um conteúdo de maneira prática" (leia mais no quadro abaixo). O projeto foi tão bem-sucedido que lhe rendeu um troféu no Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10 de 2008.

Ensinar a oralidade na escola

Jorge Luiz Marques de Moraes nasceu em Belém, 38 anos atrás. É professor desde 1992 e há seis anos leciona Lí­ngua Portuguesa no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro. Seu empenho para ampliar a abrangência da disciplina o conduziu a trabalhar com os alunos do 9º ano num projeto com linguagem oral e podcasts. Para isso, pediu a ajuda das professoras de Informática da escola. "Assim como os alunos, eu não dominava a ferramenta. Tive de aprender para poder instrumentalizá-los", comenta.

Objetivo

A ideia de Moraes era fazer com que os alunos percebessem as diferenças entre a oralidade e o texto escrito. Para isso, elegeu a vida e a obra de Ariano Suassuna como objeto central a ser trabalhado no formato podcast. O educador também almejava inserir os estudantes na sociedade digital, fazendo com que trabalhassem com o computador, operando programas de gravação e edição.

Passo a passo

Primeiro, ele mostrou í  turma o livro O Casamento Suspeitoso. A turma deveria produzir pequenos textos que explicassem o tí­tulo e, depois, ler a obra. Em seguida, deveriam pesquisar informações sobre o autor para organizar os podcasts. Valia consultar jornais, revistas, sites e outros meios de comunicação. Com roteiro em mãos, os estudantes começaram a ensaiar o que iria ao ar. A cada ensaio, percebiam a diferença entre a lí­ngua falada e a escrita. Paralelamente, eles trabalharam a oralização, fazendo leituras em voz alta para observar as marcas de linguagem oral presentes na obra de Suassuna.

Avaliação

Moraes observava, a todo momento, se os estudantes conseguiam distinguir as diferenças entre a linguagem oral e a escrita e se compreendiam a função e as caracterí­sticas de cada um dos gêneros trabalhados nos programas.

O podcast - abreviação da palavra podcasting, uma brincadeira originária da mistura de iPod (marca de um tocador) com broadcasting (transmissão de rádio ou TV) - tem, assim como os programas radiofônicos, a função de apresentar e transmitir conhecimento. Com ele, podem ser trabalhados vários gêneros orais, tais como conversação, debate e entrevista.

Mais do que simplesmente aderir a um recurso digital da moda, o professor tem nessa tecnologia uma forma de ensinar o conteúdo com riqueza. Criar programas de áudio que remetem í  linguagem do rádio e mostrem a oralidade presente nas obras de um autor como Suassuna evidencia os personagens que têm as caracterí­sticas de fala do nordestino que mora no sertão. O desafio é grande. Em trabalhos como o organizado por Moraes, os alunos precisam transitar da fala para a escrita e da escrita para a fala a todo momento, o que é fundamental para a aquisição de habilidade linguí­stica", afirma Cláudio Bazzoni, assessor de Lí­ngua Portuguesa da prefeitura de São Paulo e selecionador do prêmio.

Aprender os gêneros do oral requer reflexão

Abordar a oralidade em sala parece ser um trabalho simples, que pode ser feito rapidamente. Talvez porque no ensino o oral não está bem compreendido como conteúdo autônomo no currí­culo, conforme contam Bernard Schneuwly e Joaquim Dolz no livro Gêneros Orais e Escritos na Escola.

Um dos motivos desse equí­voco é que o oral é principalmente trabalhado apenas como meio de passagem para a aprendizagem escrita, como se fosse uma etapa simplista. Proceder assim é reduzir as possibilidades do gênero. "Ensinar a lí­ngua oral não é corrigir o modo como o aluno fala. Existe toda uma riqueza especí­fica da oralidade que pode e deve ser explorada", diz Bazzoni.

A leitura de obras como O Casamento Suspeitoso leva a essa ampliação, fazendo os alunos observarem as diferentes caracterí­sticas da fala teatral por escrito (leia o projeto didático). Trata-se da oralização da escrita, que desperta comparações. Por exemplo: num romance, os perí­odos podem ser longos, mas numa peça teatral as falas têm de ser mais curtas para facilitar a compreensão pelos ouvintes.

Além disso, o trabalho de desenvolvimento dos gêneros orais em si, como a elaboração de um programa de rádio - por exemplo, a entrevista que os alunos de Moraes fizeram, simulando a presença de Suassuna -, permite, nas etapas de escrita do roteiro, que peculiaridades da oralidade venham í  tona. Será que várias perguntas feitas em sequência funcionam? Qual a entonação correta para apontar uma dúvida? Quais palavras não são adequadas? Com isso, fica claro que o texto escrito, quando realizado oralmente, precisa considerar as caracterí­sticas da fala, como entonação, ritmo, altura da voz etc.

Toda essa reflexão pode ocorrer nos ensaios realizados antes das gravações dos podcasts. Para Carlos Alberto Mendes, coordenador do programa Nas Ondas do Rádio, da prefeitura de São Paulo, é importante que o docente incentive a utilização dos gravadores na realização desse exercí­cio. Ao ouvir sua própria fala gravada, o aluno percebe que marcas dos gêneros escritos não combinam com a oralidade. Os ensaios não devem ser usados para decorar o texto, e sim para adequar a fala.

Recursos técnicos são imprescindí­veis para a gravação

Segundo Bazzoni, a participação de professores de Informática Educativa em um projeto didático de Lí­ngua Portuguesa pode favorecer (e muito!) o desenvolvimento das modalidades da linguagem. Para que isso ocorra, é importante que as duas áreas trabalhem em sincronia.

Com o conhecimento técnico especí­fico da área (funcionamento do computador e da internet), os profissionais da informática colaboram ao explicar como explorar da melhor forma os recursos técnicos em prol do conteúdo. Ensinam para a turma as caracterí­sticas das ferramentas e a maneira de operar programas, como os de captação de voz e edição, como o Audacity (usado pela turma do Colégio Pedro II).

Também vêm desses docentes as dicas para garantir a atratividade do produto final. Ao acessar um podcast, por exemplo, o ouvinte se interessa pelo tema, quer ouvir algo especí­fico. O roteiro tem de estar afinado com esse propósito e o tempo tem de ser cronometrado. Para o público jovem, a duração deve variar entre dois e três minutos.

http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/turma-produz-podcasts-ariano-suassuna-475206.shtml










 
 

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