Autenticação

E-mail (Somente Membros)
Senha


 
Portal da Escola Municipal 12.13.6    ISABEL MENDES
biografias, histórias inesquecíveis e episódios marcantes
Dedicado à Família de Amigos do Isabel Mendes de ontem, hoje e de amanhã!
E-mail (Somente Membros)
Senha
Esqueceu sua senha? Clique Aqui!
 
 
 DIRETORAS   MESTRES   MEMBROS   EPISÓDIOS   DEPOIMENTOS   LEMBRANÇAS   ENTREVISTAS   ANIVERSARIANTES   ARTIGOS   FOTOS   BIOGRAFIAS 
 TURMAS   FORMATURAS   LIVRO CLÁSSICO   MUSEU VIRTUAL   EVENTOS   VOCÊ SABE O NOME?   AJUDE A ENCONTRAR   EMPRESAS   LINKS 
 
 
Busca (Nome E/OU Sobrenome)
INÍCIO   FALE CONOSCO   CADASTRE-SE
 
 
0

  VER TODOS OS ARTIGOS 
Artigos
 

Por um ensino contemporâneo de literatura
20/02/2010

O desafio primeiro que se impíµe ao ensino de Literatura nos dias de hoje é o suposto desinteresse do jovem pela leitura, relato que já se tornou clichê nas conversas entre professores da disciplina. Entretanto, o referido lugar-comum encobre alguns meandros da questão, que se mostra mais complexa se analisada detidamente. Com efeito, o fascí­nio pelas histórias e pelo livro enquanto objeto de desejo é fato relativamente comum dentre as crianças pertencentes a uma faixa etária mais baixa (portanto, as que se encontram no primeiro segmento do ensino fundamental). Sendo assim, nessa etapa da escolaridade, malgrado os atrativos midiáticos e tecnológicos atuarem maciçamente, a leitura impíµe-se como um interesse legí­timo entre os estudantes, que, estimulados pela abordagem predominantemente lúdica, costumam acorrer í s bibliotecas dos estabelecimentos de ensino.

São a pré-adolescência e, fundamentalmente, a adolescência as etapas problemáticas para a manutenção do interesse pela leitura. Os alunos que, nessa ocasião, transitam pelo segundo segmento do ensino fundamental e pelo ensino médio passam a ter de encarar textos que, por diversas vezes, demandam considerável esforço para sua adequada compreensão e análise. Muda também a formação do professor que atua diante dos estudantes, visto que, agora, é o especialista no ensino de Lí­ngua e Literatura que lida com os jovens. Esse profissional, via de regra, ainda mantém contemporaneamente um paradigma de leitor ideal, o qual se aproxima, numa idealização nostálgica, do leitor do século XIX. Evidentemente, a expectativa é frustrada: falta o entendimento de que os jovens dos dias de hoje não corresponderão a esse projeto, pois vivem em um meio social diferente, cercados de outras demandas que inquietam e estimulam.

Por outro lado, a mesma juventude que resiste í  leitura das obras recomendadas pelas escolas é a que devora “Gossip Girls”, “Crepúsculo” e, há poucos anos, esperava freneticamente pelo lançamento de mais um volume da saga de Harry Potter. Evidente é que são de outra natureza os textos trabalhados em sala de aula: nesse sentido, os clássicos precisam ser devidamente apresentados aos jovens leitores, a fim de que sejam formados indiví­duos com um arcabouço cultural amplo e sólido. Problemática é, porém, a abordagem dessas obras no espaço escolar. Não são poucas as instituições que, no ensino médio, ainda continuam a apresentar a Literatura sob um ponto de vista predominantemente diacrônico, em um entediante discorrer de estilos de época. Ao prestar esse desserviço í  prática da leitura, a escola não só se mostra preguiçosa (já que repete exaustivamente uma abordagem mantida há décadas nos currí­culos), mas também equivocada, pois limita o ensino da disciplina ao seu aspecto histórico.

Sendo assim, o entrave não consiste, óbvio, no texto clássico, mas sim, primordialmente, como ele é analisado no espaço escolar. Em “Como e por que ler os clássicos universais desde cedo” (Objetiva), Ana Maria Machado já fazia ver que algumas alternativas, como a adoção de adaptações e releituras, poderiam surtir um efeito de proximidade e sedução para aqueles textos que, em princí­pio, são de pouca acessibilidade a um leitor que ainda está se formando. Posteriormente, dentro ou fora do espaço escolar, o indiví­duo, munido das estratégias sistematizadas pelo docente, poderia realizar adequadamente a fruição da obra clássica. Mais recentemente, com a informatização do espaço educacional, abriu-se um vasto campo de estratégias que podem ser utilizadas para aproximar os jovens da Literatura: blogs, podcasts e diversas outras ferramentas virtuais felizmente começam a ser utilizadas pelos professores, mesmo que de maneira tí­mida seja por desconhecimento dos recursos, seja ainda por conta do receio em fazer uso da tecnologia como aliada da leitura.

Um ensino contemporâneo de Literatura é aquele que não idealiza alunos, mas que os enxerga na plenitude de suas realidades; que promove o conhecimento efetivo de obras e autores de referência, mas afasta da prática escolar abordagens enfadonhas, que tratam da Literatura exclusivamente sob o viés da diacronia; que lança mão de recursos diferenciados ao promover a abordagem do texto literário, formando leitores competentes. Enfim, é um ensino que possibilita ao jovem usufruir plenamente do universo da leitura, viajando “nessa magia/ de alma e coração”, como afirma o refrão do samba do Salgueiro em seu enredo que, no recém-findo carnaval de 2010, tratou do fascí­nio que os livros podem exercer sobre o homem.


JORGE LUIZ MARQUES DE MORAES é doutorando em Literatura Brasileira da Faculdade de Letras da UFRJ

http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2010/02/20/por-um-ensino-contemporaneo-de-literatura-267824.asp






 
 

INÍCIO  |  QUEM FOI ISABEL MENDES?  |  FALE CONOSCO  |  CADASTRE-SE  |  COMO FUNCIONA?  |  TERMOS E POLÍTICA DE USO  |  COLABORADORES

.:: • © Copyright 2012-2024, PORTAL DA ESCOLA MUNICIPAL ISABEL MENDES ® • Development for Santos Digital ™ Global Strategy • ::.
for Internet Explorer • Monitor Resolution 1280px x 800px